O argumento indutivo consiste em inferir das propriedades de uma amostra para as propriedades de um elemento (não pertencente à amostra) ou para as propriedades da população como um todo. Todo o raciocínio indutivo depende da semelhança entre a amostra e a população. Como se sabe, num argumento indutivo, a conclusão sempre avança mais informação do que aquelas dadas na premissa. Por isso, quanto maior for a semelhança entre a amostra e a população como um todo, maior fiabilidade terá a inferência indutiva. Por outro lado, se a amostra tiver diferenças relevantes face à população, então a inferência indutiva não será fiável.
A exigência de que toda a informação relevante e disponível seja incluída num argumento indutivo, é chamada "princípio da informação total". Por isso é que dados importantes, que arruinariam ou fortaleceriam um argumento indutivo, não podem ser excluídos (a exclusão das informações resulta em falácias indutivas). A informação da conclusão será fiável se a informação nela contida é suficientemente sustentada pelo conteúdo informativo das premissas, que devem fornecer todo conteúdo informativo necessário para uma inferência válida.
Exemplos:
(1) Uma pesquisa de intenção eleitoral feita com os moradores da Barra apontou que
75% dos moradores demonstrou intenção de votos para o pré-candidato X.
Portanto, o candidato X vencerá as eleições municipais em Ouro Preto.
(2) Uma pesquisa de intenção eleitoral realizada pela agência TZ entre janeiro e abril de 2012,
feita em diversos bairros e distritos de Ouro Preto,
aponta que 75% dos eleitores consultados demonstraram intenção de votos para o candidato X.
Portanto, o candidato X provavelmente vencerá as eleições municipais em Ouro Preto.
Mesmo que as premissas de um raciocínio indutivo sejam verdadeiras, a conclusão pode ser falsa. Apesar disso, uma boa inferência indutiva nos dá uma boa razão para crer que a conclusão é verdadeira. E isso ocorre quando há informação suficiente para crer num argumento como indutivamente forte! (Ver também: força indutiva; validade dedutiva).
* O princípio da informação total vale também para argumentos dedutivos onde, se a conclusão deve decorrer necessariamente das premissas, aquela nunca deve avançar nem mais nem menos informações do que as premissas avançam. O caso do indução é que o conteúdo informativo da conclusão não deve estar em desencontro com o das premissas, que devem assegurar-nos que o argumento é indutivamente forte.
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